
my trajectory
Adentre esse rio, mar, confluência onde mora as águas, aprecie um pouco desse trajeto que me levou até aqui, boa viagem.
Foto: Heder Novaes
in words
As minhas primeiras interações/aspirações com a arte tiveram como fonte o ato da observação, eu buscava uma expressão oculta sob as formas, sentindo o fluxo das sensações que me despertavam.
Depois fui ressignificando minha percepção sobre a natureza, a ancestralidade e suas respectivas ligações com os elementos que se conectam e se repelem entre si, em consonância ou dissonância através do tempo com as suas impressões ocultas e reveladas. Lá onde as interações entre as substâncias projetam visões e irradiações inerentes a minha experiência individual e coletiva. Logo vieram os primeiros esboços, pinturas, recortes e experimentações, a partir daquele momento começava o meu caminho.
Outra parte significativa do meu contato com as artes se deve às experiências proporcionadas pelos meus familiares, boa parte deles artistas de vida e alma, através dessas pessoas eu me transportava sob as asas das suas produções, vivências e pesquisas. Era um sentimento misto de rito e sonho nesse processo, e tudo o que isso poderia reverberar como expressão visual. Essa vivência me colocou em contato direto com linguagens diversas, desde pinturas e esculturas até a música onde resplandece o legado do meu avô, o sambista Batatinha, rodeado de essência rítmica e poética, de composições fundamentais que remotam os retratos e narrativas do povo negro, essa força despertou em mim uma identificação, magnetica, com as suas letras, atravessando o tempo cartesiano dos ponteiros.
E dentro desse caldeirão criei a minha narrativa e trajetória, fui pesquisando, encontrando as minhas referências, nisso fui me transpondo... Enquanto criadora fui cativada pelas abordagens de aspectos impressionistas, sociais e cosmofotônicos de artistas como: Joana Choumali, Alexis Chivir-Ter, Kazu Saito, Rosana Paulino, dentre tantas outras(os).